Aluno da FMBRU vai realizar estágio de pesquisa em doenças neurológicas em hospital associado a Faculdade de Medicina de Harvard nos Estados Unidos
Matheus Menão Mochetti, 22 anos, aluno que completou o 5º ano do Curso de Medicina na Faculdade de Medicina de Bauru (FMBRU) da Universidade de São Paulo (USP) irá em 24 de fevereiro de 2025 para a cidade de Boston, em Massachusetts, nos Estados Unidos (EUA), para fazer um estágio de 4 meses no Kimberly Lab, laboratório de pesquisa em doenças neurológicas, pertencente ao Mass General Hospital e associado a Harvard Medical School (Faculdade de Medicina de Harvard).
O aluno irá fazer o seu estágio com Bolsa Estágio de Pesquisa no Exterior (BEPE) da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).
O seu orientador no exterior será William Taylor Kimberly, MD PhD, médico neurologista, chefe da Divisão de Neurocritical Care (Cuidados Neurocríticos) do Mass General Hospital, e professor associado de Neurologia na Harvard Medical School.
Atualmente, aqui no Brasil, Matheus tem uma bolsa de Iniciação Científica (IC) da FAPESP e seu orientador é o médico emergencista Júlio César de Alencar, professor da FMBRU e diretor de Assistência à Saúde do Hospital das Clínicas de Bauru (HCB).
O estudo desenvolvido em Bauru busca entender o valor prognóstico de uma enzima, a NSE (Enolase Específica de Neurônio), no desfecho de pacientes com Acidente Vascular Cerebral (AVC).
O estágio de pesquisa
Em seu estágio nos Estados Unidos, Matheus vai estudar o valor prognóstico de achados de portable MRI (Ressonância Magnética Portátil) em pacientes com AVC.
O aluno da FMBRU esclarece que, “desenvolvida por uma equipe do Mass General Hospital, a ressonância magnética portátil (pMRI) opera com princípios semelhantes aos de um equipamento convencional, mas possui um campo magnético equivalente ao de um ímã de geladeira, em contraste com as máquinas tradicionais (3 Tesla), que geram um campo 60 mil vezes mais forte que o da Terra”.
Segundo Matheus, isso possibilita que médicos levem o aparelho diretamente aos pacientes, em vez de exigir que eles se desloquem até um equipamento fixo, o que sabidamente está associado a diversos riscos.
Assim, uma das grandes vantagens da pMRI é sua mobilidade e operação segura, sem a necessidade de blindagem especializada ou riscos de projéteis, além de eliminar a exposição à radiação ionizante associada a outros métodos, como a Tomografia Computadorizada.
Somado a isso, o preço final do aparelho é cerca de 60 vezes mais barato que a ressonância magnética (RM) convencional. Isso pode permitir o acesso à neuroimagem em situações e países com baixo acesso.
Embora a resolução das imagens não seja tão alta quanto a das RMs tradicionais, os resultados iniciais são promissores. Estudos demonstraram a capacidade da pMRI de detectar infartos isquêmicos e lesões pequenas, validando sua eficácia como uma solução inovadora para pacientes com AVC isquêmico.
Esse avanço pode democratizar o acesso à neuroimagem, especialmente em locais e países onde a infraestrutura é limitada, e representa uma importante inovação na avaliação desses pacientes.
Finalizando, o professor Júlio Alencar destaca: “O objetivo não é apenas trabalhar com essa pesquisa, mas também abrir novas portas para parcerias futuras e novos projetos. Certamente será uma ótima oportunidade para fortalecer e estreitar os laços entre os grupos de pesquisa”.
Jornalista Marianne Ramalho (MTb. 15.744)
Professor Júlio César de Alencar e seu aluno Matheus Menão Mochetti
Crédito da foto: Divulgação