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Em meio à pandemia do coronavírus FOB-USP completa 58 anos

Laboratório de Farmacologia da FOB realiza perto de 800 análises dos testes moleculares para o diagnóstico da covid-19


No dia 17 de maio, a Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB) da Universidade de São Paulo (USP) comemorou 58 anos de fundação. Em meio à pandemia do coronavírus a tradicional comemoração de aniversário não foi realizada neste ano.

Carlos Ferreira dos Santos, diretor da FOB e superintendente do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais (HRAC) da USP fala a respeito da importância das atividades da Faculdade no auxílio ao combate do coronavírus.

Combate ao coronavírus

Desde o início da pandemia, a FOB tem respeitado as medidas de restrição de acesso no âmbito das universidades públicas, seguindo a orientação do Governo do Estado de São Paulo e da Reitoria da USP.

Com isso, foram suspensas as atividades presenciais da graduação e pós-graduação, como aulas, defesas de mestrado e doutorado, que agora acontecem online a distância.

Os servidores técnico-administrativos estão realizando o seu trabalho em domicílio e vindo à FOB em sistema de rodízio para minimizar a circulação de pessoas no campus.

O Serviço de Urgência Odontológica, considerado essencial, foi mantido e de maneira mais restrita está atendendo pacientes com dor de dente.

Outra medida importante foi realizar a capacitação de 200 médicos e enfermeiros, da rede pública de saúde de Bauru, para a padronização de técnicas relacionadas à biossegurança, intubação orotraqueal e proteção ventilatória, no Centro de Educação e Capacitação em Saúde (CECS), que é um centro de simulação da FOB.

Em 14 de maio a FOB doou produtos de higiene pessoal para a Campanha CoronaVIDA, da Prefeitura Municipal de Bauru, que foram coletados durante a Semana de Recepção aos Calouros 2020.

Segundo Carlos Ferreira dos Santos, diretor da FOB, foi motivo de orgulho para a Faculdade o credenciamento do Laboratório de Farmacologia da FOB para a realização dos testes moleculares para o diagnóstico da covid-19.

Sistemática de trabalho no laboratório

Carlos Ferreira dos Santos informa que após um mês de trabalho, completado em 15 de maio, foram feitas perto de 800 análises no Laboratório de Farmacologia da FOB com a realização dos testes moleculares para o diagnóstico da covid-19.

Santos considera isso motivo de orgulho para a FOB: colocar a estrutura de pesquisa da USP a serviço da população, colaborar com as prefeituras municipais e serviços públicos de Bauru e região e auxiliar as equipes médicas na melhor conduta para o tratamento desses pacientes.

O diretor acrescenta que este trabalho só foi possível, com recursos da FOB e doações, via a fundação de apoio da FOB, a Fundação Bauruense de Estudos Odontológicos (FUNBEO), recebidas de pessoas físicas e jurídicas para a aquisição de insumos necessários na realização desses testes moleculares.

Essa quantidade expressiva de análises realizadas também é resultado da parceria com o Instituto Adolfo Lutz (IAL) de Bauru, que contou com o empenho da diretora, Dra. Virgínia Pereira.

O diretor da FOB esclarece a sistemática de trabalho para a realização dos testes moleculares no Laboratório da FOB.

Todos os dias no final da tarde são recolhidas amostras recebidas pelo IAL de Bauru, procedentes de Bauru e outros municípios da região. O IAL faz essa distribuição para a FOB e para o Instituto Lauro de Souza Lima, que são as instituições habilitadas na cidade para fazer este teste.

“Eu acordo às 5 da manhã para estar no laboratório às 6 da manhã, e iniciar uma etapa chamada de extração do RNA do vírus”, acrescenta Santos.

Essas amostras estão em tubos que têm os swabs, que foram coletados pela equipe médica e de enfermagem nos hospitais de Bauru e região. Os swabs são como cotonetes longos, que foram introduzidos nas narinas direita e esquerda do paciente, chegando na região da nasofaringe, para que sejam recolhidas células, e também na região da orofaringe (garganta).

Dentro de um laboratório em condições especiais – como uma cabine de segurança biológica e com a utilização de equipamentos de proteção individual – esses tubos são abertos, e recolhe-se um pouco do líquido em solução de soro fisiológico dessa amostra e, na sequência, se faz a reação em duas etapas.

Santos explica que “a primeira etapa é a que começa às 6h e vai até por volta das 11h30min da manhã, que é a extração do RNA do vírus. Uma vez extraído o RNA do vírus, temos que fazer uma reação chamada RT-PCR em tempo real, uma reação que mostrará se naquele líquido que recebemos daquelas amostras dos pacientes existe o material genético específico do novo coronavírus”.

Nessa fase de extração do RNA do vírus a intenção é estourar a célula para que o material genético do vírus fique no líquido. E depois na segunda fase de RT-PCR amplificar esse material genético e revelar se ele está presente ou ausente naquela amostra.

Ao final da segunda etapa, por volta das 16h, é possível saber se foi detectado o material genético do vírus naquela amostra do paciente. Depois disso, os resultados positivos ou negativos das amostras são inseridos no sistema GAL, que é o Gerenciador de Ambiente Laboratorial da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo.

Com o resultado inserido nesse sistema GAL o médico solicitante ou o serviço médico que solicitou (município) tem acesso a esse resultado imediatamente, assim como as vigilâncias epidemiológicas de Bauru e dos municípios da região que enviaram amostras ao IAL de Bauru.

Dados importantes 

  • Segundo rankings nacionais e internacionais, a FOB mostra 58 anos de excelência no curso de Odontologia e 30 anos de excelência no curso de Fonoaudiologia.
  • No Teste de Progresso o curso de Medicina da FOB, que está em seu terceiro ano, obteve excelente desempenho.
  • Em 2020, a Pós-Graduação stricto sensu (mestrado e doutorado) em Odontologia da FOB completa 50 anos, contribuindo para a formação de vários docentes e pesquisadores da própria Faculdade, e também resultaram na formação de grupos de excelência nucleados por egressos em outras instituições de ensino e pesquisa no Brasil e no exterior.

Histórico

A FOB integra o campus USP de Bauru com o Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais (HRAC) e a Prefeitura do Campus USP de Bauru (PUSP-B).

Criada em 1948, a FOB foi implantada em 1962 e conta com cursos de graduação nas áreas de Odontologia (50 vagas), Fonoaudiologia (40 vagas) e Medicina (60 vagas).

Na pós-graduação stricto sensu (mestrado e doutorado) a FOB oferece dois programas: “Ciências Odontológicas Aplicadas” e “Fonoaudiologia”.

A Faculdade também oferece cursos de aperfeiçoamento, atualização, difusão e especialização, além de atividades de prática profissionalizante, programas de atualização e residência.

Constituída por 6 departamentos de ensino, a Faculdade conta com 110 docentes, a maioria em tempo integral e por 213 servidores técnico-administrativos, operacionais e técnicos.

Jornalista Marianne Ramalho (MTb.15.744)

Foto: Fachada da FOB-USP (Denise Guimarães/FOB-USP)