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FOB comemorou 60 anos

Pós-Graduação stricto sensu com inscrições abertas

No dia 17 de maio, a Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB) da USP comemorou 60 anos de sua fundação. A diretora da instituição Marília Afonso Rabelo Buzalaf reflete sobre as atividades de ensino, pesquisa e extensão de serviços à comunidade durante este período.

Como ex-aluna da FOB-USP e atual diretora qual a importância dos 60 anos da FOB?

MB: Ingressei na FOB como aluna de graduação em Odontologia, em 1989, mas sou bauruense, meu pai é cirurgião-dentista, fazia cursos na FOB e tinha amizade com vários docentes, de forma que eu frequento o ambiente FOBiano desde criança. Sempre tive uma admiração muito grande por esta escola, em virtude do seu papel de vanguarda na educação e ciência regional, nacional e internacional. Esses 60 anos são uma ótima oportunidade para refletirmos sobre tudo o que foi feito até aqui e vislumbrarmos o que desejamos para os próximos 60 anos, uma vez que a sociedade tem passado por profundas modificações.

De maneira geral como descreve a trajetória da instituição nesses 60 anos de atividades?

MB: É uma trajetória de muito sucesso. Como uma instituição pública, com um corpo docente majoritariamente em Regime de Dedicação Integral à Docência e à Pesquisa (RDIDP), a FOB sempre primou pela excelência no ensino, pesquisa e extensão. Nossos cursos mais tradicionais, de Odontologia e Fonoaudiologia, são reconhecidos nacional e internacionalmente, tanto a nível de graduação quanto de pós-graduação. Temos excelente classificação em rankings internacionais.

Como descreve o papel da FOB em Bauru, no Brasil e no exterior nas atividades de ensino, pesquisa e extensão de serviços à comunidade ao longo desses 60 anos?

 MB: A FOB, desde a sua fundação, há 60 anos, tem desempenhado com destaque as atividades de ensino, pesquisa e extensão. Ao longo dos anos foi havendo uma consolidação destas atividades, de forma que, hoje, ocupamos uma posição de destaque a nível local, nacional e internacional. A população bauruense tem um carinho enorme pela FOB, por tudo o que ela representa para a nossa cidade. A nossa instituição ocupa um lugar de destaque no cenário nacional, tendo formado profissionais que atuam em todas as regiões do Brasil. Em adição, nossos programas de extensão beneficiam populações de diferentes localidades do país. A nível internacional, temos destaque principalmente em atividades de ensino, com programas de dupla titulação e intercâmbio de estudantes, na graduação e pós-graduação, além de um grande reconhecimento na pesquisa, com vários de nossos docentes se destacando entre os melhores pesquisadores mundiais.

Qual é a sua proposta de administração na Diretoria da FOB? E quais os pontos principais que pretende nortear em sua gestão?

MB: Eu e o vice-diretor professor doutor Carlos Ferreira dos Santos zelaremos pela manutenção da excelência característica da FOB, propondo mudanças necessárias de forma a atender às novas demandas da nossa comunidade e da sociedade, em constante movimento. Durante nossa gestão, zelaremos pela qualidade do ensino de graduação e pós-graduação, valorizando atividades de internacionalização e procurando expandir os convênios e programas de graduação com duplo diploma. A USP tem hoje mais da metade dos seus alunos ingressando por meio de políticas de cotas sociais e raciais. Portanto, julgamos ser de extrema importância identificar e prestar apoio aos alunos em situação de vulnerabilidade socioeconômica. Também está em nosso plano de gestão reconhecer e incentivar docentes e servidores que se destacarem em atividades de ensino, pesquisa e extensão universitária, pois acreditamos ser fundamental valorizar o mérito. Também pretendemos estimular nossos docentes a constituírem grupos de pesquisa inter e transdisciplinares, e a submeterem projetos de pesquisa de grande porte a agências de fomento, bem como atrair pós-doutorandos e jovens pesquisadores, do Brasil e do exterior, para compor nosso quadro de pesquisadores.

Quais os principais desafios que a FOB vai enfrentar nesses próximos 4 anos de gestão?

MB: O maior desafio que estamos enfrentando sem dúvida é a implementação do curso de Medicina, que já está em sua quinta turma, e iniciou o internato. Teremos a primeira turma se graduando no próximo ano e o ideal seria que houvesse a criação de uma nova unidade de ensino no campus, a Faculdade de Medicina de Bauru, e os alunos se graduassem já a partir dela. Enfrentamos vários desafios com a criação desse curso. Sem dúvida, o maior deles, no momento, é a falta de docentes, o que impacta também na criação da Faculdade de Medicina, pois, sem uma massa crítica apropriada, a criação da Faculdade é inviável. Mas estamos trabalhando com o apoio da Reitoria para que esse desafio seja vencido. Outro importante desafio é a falta de docentes e servidores técnico-administrativos para os demais cursos da FOB. Tivemos grandes perdas por aposentadorias, óbitos e exonerações a pedido. Alguns setores encontram-se totalmente desfalcados, com apenas um ou mesmo nenhum servidor, sendo atendidos por rodízio entre servidores de outros setores. Com relação ao nosso quadro docente, perdemos 35 docentes de 2014 a 2022 nos cursos de Odontologia e Fonoaudiologia e tivemos 8 ingressos no período, o que gerou um déficit de 27 docentes. De acordo com o programa de reposições da Reitoria, que deveria repor 80% do quarto perdido, deveríamos receber em torno de 21 docentes, mas as vagas concedidas ao novo curso de Medicina foram descontadas das novas vagas recentemente concedidas à FOB, que deveriam repor o quadro perdido dos nossos cursos de Odontologia e Fonoaudiologia. Assim, recebemos apenas 1 vaga, que, obviamente, é insuficiente para repor as numerosas perdas que tivemos ao longo dos últimos 8 anos. Esperamos equacionar essa situação com a concessão de novas vagas pela Reitoria em breve, para que possamos continuar desempenhando com a mesma excelência as nossas atividades de ensino, pesquisa e extensão.

Qual é a sua mensagem para os 60 anos da FOB?

MB: A FOB é um ícone da Odontologia e da Fonoaudiologia brasileira e mundial. Não é à toa que todos nós que aqui estudamos ou trabalhamos temos muito orgulho de dizer que somos FOBianos. O nome da nossa Instituição é bastante conhecido e respeitado, em todo o mundo. Nesta ocasiãBo em que comemoramos 60 anos cabe uma reflexão de que, se queremos continuar na vanguarda, se pretendemos manter o protagonismo, temos que nos atentar às constantes transformações da nossa sociedade, e nos adaptarmos rapidamente a elas. Isto já veio sendo feito ao longo destes 60 anos e tem que continuar sendo feito, pois as mudanças são cada vez mais velozes.

 

Jornalista Marianne Ramalho (MTb. 17.544)

Foto: Fachada da FOB-USP

 Crédito da foto: Denise Guimarães (Seção de Tecnologia Educacional da FOB)