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“Dilemas Morais como Experiências Transformadoras de Aprendizado” é tema de PhD defendido na Holanda por preceptor da FMBRU-USP

No dia 4 de dezembro, Diego Lima Ribeiro, preceptor na Faculdade de Medicina de Bauru (FMBRU) da Universidade de São Paulo (USP) defendeu seu PhD na Universidade de Groningen, na cidade de Groningen, na Holanda.

PhD (abreviação de Doctor of Philosophy) é o termo geralmente utilizado em países de língua inglesa e em contextos internacionais, enquanto “doutorado” é o termo usado no Brasil e em outros países de língua portuguesa.

Os títulos referem-se ao mesmo nível acadêmico e ao mesmo objetivo: a formação avançada em pesquisa, que culmina no título de “doutor”.

O médico Diego Lima Ribeiro informa que o programa de pesquisa que esteve vinculado é o LEARN (Learning and Educational Research Network), que faz parte do Centro Médico da Universidade de Groningen (University Medical Center Groningen – UMCG).

A mesa da defesa denominada por corona na Holanda, foi composta pelos seguintes membros:

Um representante do reitor; professor doutor Marco Antonio de Carvalho Filho (orientador principal); professora doutora Debbie Jaarsma (orientadora); professora doutora Daniele Sacardo (coorientadora). A banca examinadora foi integrada pelos professores doutores: Erik Driessen; Nynke Scherpbier; Joke Fleer; Jean-Pierre Pierie; Megan Milota e Marco Versluis.

O médico Diego informa que não precisou se mudar para a Holanda para realizar o PhD. “Durante todo o programa, permaneci no Brasil, conciliando minhas atividades como médico assistencial, professor e pesquisador na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e na USP. As disciplinas do PhD foram realizadas de forma remota, o que possibilitou que eu seguisse com minhas responsabilidades acadêmicas e profissionais aqui no Brasil”.

No entanto, ele manteve um vínculo próximo com a Universidade de Groningen por meio de visitas anuais à instituição, cada uma com duração média de 15 dias, onde participou de reuniões presenciais com seu grupo de pesquisa, e discutiu o andamento das pesquisas e vivenciou o ambiente acadêmico local.

A pesquisa

“Do Distanciamento à Conexão: Dilemas Morais como Experiências Transformadoras de Aprendizado” é o título de sua tese, que explora como estudantes de medicina enfrentam dilemas morais durante sua formação clínica e como essas situações podem impactar o desenvolvimento de sua identidade profissional.

Dilemas morais surgem quando valores importantes entram em conflito, como decidir entre seguir regras institucionais ou priorizar as necessidades de um paciente.

Esses momentos são desafiadores, mas também podem se tornar oportunidades valiosas de aprendizado, ajudando os futuros médicos a desenvolverem habilidades para tomar decisões éticas e centradas no paciente.

A pesquisa destaca a importância de preparar melhor os estudantes para lidar com essas situações, promovendo um aprendizado mais humanizado e reflexivo no ensino médico.

Refletindo sobre a experiência internacional

“Algo que considero importante mencionar é que, ao longo da minha trajetória e especialmente, durante a defesa, surgiram discussões sobre as diferenças na formação médica e nos sistemas de saúde entre Brasil e Holanda. Para mim, o foco dessas discussões não está em comparar realidades distintas, mas em compreender como essas diferenças refletem valores, desafios e oportunidades únicas de cada contexto”, acrescentou o médico e preceptor da FMBRU, Diego Lima Ribeiro.

Ribeiro afirma que apesar das diferenças, há muito em comum entre os dois países. Ambos compartilham o compromisso de formar médicos que sejam tecnicamente competentes, éticos e compassivos, capazes de lidar com os desafios crescentes da medicina moderna.

Uma reflexão final de sua experiência é que “além disso, tanto no Brasil quanto na Holanda, existe um esforço contínuo para integrar o cuidado centrado no paciente, a interdisciplinaridade e o aprimoramento das habilidades de comunicação ao longo da formação médica. Acredito que essas trocas têm o potencial de enriquecer ambos os sistemas. Em vez de buscar padrões únicos ou universais, o mais importante é reconhecer que a diversidade na formação médica e nas práticas de saúde podem inspirar abordagens inovadoras, promover colaborações internacionais e, acima de tudo, contribuir para uma formação mais humanizada e globalmente conectada”.

Jornalista Marianne Ramalho (MTb.15744)

Foto: O representante do reitor da Universidade de Groningen e o médico Diego Lima Ribeiro com o livro aberto, que do lado esquerdo é o diploma em inglês com o documento oficial que o valida, e do lado direito maior é o mesmo diploma mas em Latim

Crédito da foto: Divulgação