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Pesquisa identifica vantagens da comunicação no uso da máscara transparente

O artigo “O efeito das máscaras transparentes no reconhecimento da fala no ruído” foi publicado no “Ear and Hearing”, veículo oficial de divulgação da American Auditory Society e considerada a revista de maior impacto internacional na área de Audiologia.

 

A autora principal do artigo é a professora doutora Linda Thibodeau, coordenadora do laboratório “Hearing Health Lab” (https://hhlab.utdallas.edu/)   da Universidade do Texas, em Dallas, nos Estados Unidos e contou com a colaboração de Regina Tangerino de Souza Jacob, professora associada do Departamento de Fonoaudiologia da Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB) da Universidade de São Paulo (USP).

 

A professora Regina está desenvolvendo pesquisa no laboratório Hearing Health Lab de agosto de 2020 até junho de 2021 com Bolsa Estágio Pesquisa no Exterior (BPE) pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).

 

A pesquisa: máscaras transparentes

O uso da máscara transparente quando comparado a máscara opaca, melhora o reconhecimento da fala no ruído para pessoas com ou sem deficiência auditiva, comprovando a influência das pistas visuais na compreensão da fala.

Segundo a professora da FOB-USP, as máscaras transparentes aprovadas pela agência de vigilância sanitária norte-americana – a Food and Drug Administration (FDA) – e indicadas pelo Centro para Controle de Doenças (CDC) não são comercializadas no Brasil. Não existe nenhuma máscara transparente certificada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), e esse estudo quer chamar a atenção para a necessidade de oferta de máscaras transparentes seguras contra a propagação da Covid.

As pistas visuais estão relacionadas ao movimento da boca, da língua e da bochecha enquanto falamos e como usamos esses padrões para diferenciar a produção dos sons da fala.

A professora Regina esclarece que nessa pesquisa desenvolvida on-line, 154 participantes receberam um link e foram solicitados a digitar no computador as frases que entendiam ao assistir um vídeo em que uma mulher falava um conjunto de frases com ruído de fundo, nas seguintes condições: sem máscara, com máscara transparente e com máscara opaca.

Num segundo estudo, outros 29 participantes com audição normal responderam para as mesmas frases com os dois tipos de máscara, porém só com a pista auditiva, sem assistir os vídeos. No primeiro estudo, os melhores resultados foram para a situação sem máscara, seguida da máscara transparente e depois a opaca. No segundo estudo, a máscara transparente foi pior do que a opaca, mostrando que as pistas visuais compensaram a distorção do som.

“Com isso, acredito que os resultados observados contribuam para o desenvolvimento de políticas públicas visando minimizar os problemas de comunicação gerados pelo uso mandatório das máscaras e pelo distanciamento social”, acrescenta a professora da FOB-USP.

Além desse estudo, já existem outros comprovando o efeito negativo das máscaras opacas no reconhecimento das emoções do falante e o quanto isso pode gerar frustração, desentendimento e ansiedade no ouvinte.

 

Finalizando a pesquisadora afirma que “Isso se torna pior ainda na troca de informações entre o médico e o paciente, principalmente no momento em que estamos vivendo com a pandemia. Podemos extrapolar até para as crianças na escola, por exemplo, onde elas precisam dessas pistas e reforços do professor na formação de suas emoções, autoestima, além, claro, do conteúdo acadêmico”.

 

Abaixo um vídeo no YouTube mostra como foi realizado o teste da pesquisa.

 https://www.youtube.com/watch?v=sbqegPkPEh0

Foto/Imagem: Vídeo da pesquisa onde uma mulher falava frases com ruído de fundo: sem máscara, com máscara transparente e com máscara opaca.  (Linda M. Thibodeau et al/Ear and Hearing)

 

Jornalista Marianne Ramalho (MTb. 15.744)